"HÁ MOMENTOS EM QUE É PRECISO DECIDIR-SE"
"Se no primeiro, "Estilhaça-me", importava garantir a sobrevivência e fugir das atrocidades do Restabelecimento, em "Liberta-me" é possível sentir toda a sensibilidade e tristeza que emanam do coração da heroína, Juliette. Abandonada à própria sorte, impossibilitada de tocar qualquer ser humano, Juliette vai procurar entender os movimentos de seu coração, a maneira como seus sentimentos se confundem e até onde ela pode realmente ir para ter o controle de sua própria vida. Uma metáfora para a vida de jovens de todas as idades que também enfrentam uma espécie de distopia moderna, em que dúvidas e medos caminham lado a lado com a esperança, o desejo e o amor."
Após ter conseguido escapar com vida da base do setor 45 com Adam e Kenji, Juliette finalmente consegue chegar ao Ponto Ômega, aonde outras pessoas como ela podem viver. Com um traje e uma nova compostura, Juliette parece que vai finalmente abandonar aquela garotinha que nos foi apresentado no primeiro livro.
"Sinto-me incrível. Sinto meus ossos rejuvenescidos, minha pele
vibrante, saudável. Tomo grandes goles de ar e aprecio o sabor. As coisas estão mudando, mas desta vez não estou com medo. Desta vez eu sei quem eu sou. Desta vez eu fiz a escolha certa e estou lutando pela equipe certa. Sinto-me segura. Confiante. Animada, até. Por que desta vez? Estou pronta."
Eu pensei que ela finalmente estava pronta para revidar, que ela não ia abaixar a cabeça para as pessoas que fizeram mal a ela e aos que ela ama. Primeira decepção do livro, ainda nas primeiras páginas nos deparamos com a Juliette Ferrars do primeiro livro, sem mudança alguma, como se nata tivesse acontecido.
Era de se esperar alguma mudança, qualquer uma, mas não há nada, nem mesmo aquela sutil resistência que ela possuía. Em diversos momentos do livro, tive que parar e respirar fundo, ou largava o livro de vez. Pelo que deu a entender, ela passava boa parte do tempo encolhida em algum canto do ponto Ômega. Mas as mudanças, seu amadurecimento e sua força são sutilmente colocados no livro. São adicionadas aos poucos, de forma que fica totalmente natural.
Um personagem, porém, que muda de forma drástica ao longo do livro é Adam Kent. Enquanto os outros personagens praticamente não mudam sua essência e quando "mudam" (Isso é, quando os conhecemos mais a fundo) mantem-se fieis ao que nos foi apresentado, e ao final do livro, Adam não é o mesmo cara do começo.
Warner está no livro, não sendo apenas citado, como também tendo uma participação importantíssima para o desenvolvimento da história e da Juliette, e nós temos a chance de conhecer melhor o "psicopata" multifacetado que é ele.
Uma das melhores coisas é o começo da amizade da Juliette e do Kenji, uma amizade sincera, aonde ambos se sentem confortáveis um com o outro até na hora de dar broncas e dar apelidos. Ele a apoia e lhe dá conselhos quando ela precisa, e o mesmo acontece com ela. Kenji e Castle (Líder do Ponto Ômega) tentam ajudar Juliette a entender seus sentimentos e a se entender como humana, e até mesmo James, o irmão mais novo do Adam ajuda nisso, embora indiretamente.
O ritmo do livro é intenso, e embora eu tivesse que fazer aquelas pausas para não querer dar na cara da Juliette, mal percebi o tempo passando e quando vi, já tinha acabado ele.
Não há novos personagens adicionados, os mesmos do livro anterior, mas citados de forma mais profunda em alguns casos, como é o caso do Supremo Comandante da América do Norte.
Claro, há outras coisas para comentar, mas como eu disse no livro anterior, não poderia fazer isso sem dar spoilers, e não é essa a minha função aqui. Fiquem apenas com a última frase do livro como incentivo a ler e spoiler sobre Liberta-me.
"E vou deixar minhas luvas para trás."
Nenhum comentário:
Postar um comentário